quinta-feira, 26 de junho de 2014

Andar de canadianas

Sábado faz 3 semanas que tive a crise e também 3 semanas que ando com muletas... Na sexta passada sentia-me melhor. As dores eram poucas e como tal resolvi deixar as muletas. Andei sem muletas o fim de semana e na segunda. Conclusão uma nova crise (desta vez do lado esquerdo da anca) que felizmente consegui controlar sem ir ao hospital. Na segunda a noite mal me conseguia mexer na cama. Dormir tem sido a pior de todas as tarefas pois não me consigo virar por causa das dores devido a posição de estar deitada. Voltei as muletas desde terça e sem data para as largar. Na terça tive consulta com o meu reumatologista. Ele disse que a doença avançou rapidamente e que a medicação só a base de anti-inflamatórios já não chega daí não conseguir recuperar da crise. O raio x que fiz não é nada famoso e ele pediu para que fizesse uma ressonância de emergência para ver o estado da anca e das sacro-ilíacas. Saí de lá com mais dores do que entrei pois ele teve de me examinar acabando por me magoar. Não posso deixar as muletas, andar muito tempo a pé, pegar em pesos, entre outras coisas. Ou seja estou proibida de fazer tudo aquilo que que provoque carga na anca. Ele queria que estivesse em casa em descanso mas esta semana não posso porque não tenho quem me substitua no trabalho. Para a semana tenho férias. Expliquei.lhe que estava muito tempo sentada e ele disse que não havia problema mas que estar em casa ajudava pois podia estar deitada, sentada e andar um pouco a pé. Conduzir não me causa dores, só mesmo entrar e sair do carro. Ele diz que se conseguir conduzir sem dores não há problema em fazê-lo. A medicação também foi mudada: passei a tomar 1 comprimido salozipirina e de indocid retard de manhã e a noite. Ao fim de 15 dias volto a fazer análises e a dose de salozipirina vai ser aumentada. Ele diz que esta é a medicação mais forte que eu posso fazer e que não me impede de engravidar ou estar grávida. Se não resultar terei mesmo de passar para outra medicação e aí sim deixar de lado o sonho de engravidar nos próximos tempos. Espero que esta medicação surta efeito para não ter mais um problema em que pensar. Até porque os efeitos secundarias estão a ser horríveis: enjoos, falta de apetite, insónias... Por isso nem quero imaginar com outra medicação.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Consulta na Maternidade Julio Dinis

Já há muito tempo que não venho cá. Tenho estado um pouco afastada de tudo. No dia 17 de junho tive a primeira consulta na maternidade. Não saímos de rastos porque já andamos de rastos mas saímos um pouco mais desmotivados. A médica que nos atendeu foi muito simpática. Levamos todos os exames que tínhamos feito no privado o que fez com que ela nos traçasse logo um diagnóstico. Fez-me o papanicolau assim como uma eco endovaginal. Segundo ela estou mesmo em falência ovárica prematura. O o valor do FSH é muito alto em em mulheres com valores acima dos 15 não fazem ICSI nem FIV. Ela diz que se estivesse nos 15 ainda tentavam mas tenho 3 análises acima dos 20 o que mostra que estão a falhar. Nem adianta sequer levar a comissão pois sou logo rejeitada. Disse-lhe que esperava que pelo menos nos fizessem algum tratamento e não que nos dissessem que não havia hipóteses. Ela referiu que há uma hipótese, a única em que somos aceites: ICSI com doação de óvulos. Explicou-nos que ficávamos já em lista de espera e que dentro de 2 anos iríamos ser chamados. Ela diz que as listas são grandes porque a maternidade é o único banco público com doação de gametas e as dadoras não são assim tantas. Fez-nos um pequeno questionário e preencheu um documentos com as nossas características. Esta hipótese da doação de óvulos já nos tinha sido colocada pelo médico que nos acompanha no privado, contudo, queríamos que fosse a última hipótese. Agora com esta segunda opinião não nos resta dúvidas de que ao nível do público não temos hipótese com os meus óvulos e no privado também pode ser gastar dinheiro em vão. Estou a espera do resultado do estudo do cariótipo para perceber o porquê desta falência ovárica prematura. Depois de o ter vou a clínica e vamos tratar de tudo para fazer tratamento com doação de ovulos. Vai ser muito dinheiro. O processo é caríssimo mas dois anos de espera é muito tempo e como diz o meu marido "de qua vale termos o dinheiro e juntarmos mais se depois não temos a quem deixa-lo"...

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Recuperação lenta

Olá

Ontem, quarta-feira, acordei melhor. Tomei a medicação normalmente e fui trabalhar. Hoje senti um pouco mais de dores. Não conduzo para não fazer esforços com as pernas e ando com o apoio das muletas. Só as vou deixar quando estiver mesmo sem dores. São uma ajuda pois não faço tanta pressão em cima da anca o que ajuda a não piorar. Espero que até ao fim de semana consiga mesmo melhorar e deixar as muletas pois cansa. Ando um bocado sonolenta pois os comprimidos acabam por dar algum sono. NO trabalho estou sentada o dia todo e apenas me ponho a pé quando é estritamente necessário. O medico recomendou repouso absoluto e nada de esforços. Contudo não podia ficar em casa até que as dores desaparecessem totalmente pois estava a dar em maluca. Logo irei fazer o raio X a bacia. Espero que não acuse nada de especial mas tenho receio. Quando fiz a ecografia a técnica chamou atenção para a cartilagem do lado direito da anca. Assusta-me um bocado pois pode estar rompida e a solução pode passar por uma prótese. Vamos pensar que não vai ser nada disso e que esta foi uma crise que não se vai repetir tão cedo.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Crise de espondilite

Bem, estive afastada estes dias todos porque infelizmente tive uma grande e grave crise na anca devido a espondilite. No sábado comecei a sentir dores logo de manha mas nada que não se suportasse. Fui trabalhar. A tarde as dores intensificaram-se mas mesmo assim resolvi que não estaria só deitada e andei a pé para tentar não focar encravada. A noite, quando fui para a cama, já tinha dores bastantes fortes e uma hora depois não me conseguia mexer. Nem sequer os dedos dos pés. Estava completamente imóvel e sem saber o que fazer pois estava sozinha em casa. Consegui ligar para a minha irmã que me veio tentar tirar da cama mas sem sucesso. Não conseguia mexer. Só com ajuda do meu pai e da minha outra irmã é que me conseguiram tirar da cama. Queriam chamar a ambulância pois estavam a ver que não conseguiriam mesmo me mexer mas não quis. Fui para o hospital mais perto pois sabia que aquilo que me iria fazer era dar medicação intravenosa. Começaram por me dar corticoides e tramadol ao nível intravenoso. Ao fim de algum tempo estava melhor mas mesmo assim não me conseguia mexer. eram por fim uma injeção potente para ver se melhorava mais um bocado. Melhorei e vim embora para casa. Fiquei sem dores e completamente relaxada contudo não conseguia dormir. Foi uma sensação estranha. Era como se estivesse nas nuvens, de olhos fechados, mas sem conseguir dormir. De manhã acordei melhor mas ainda com algumas dores que ao longo do dia se intensificaram. Tomei lepicortinolo, adalgur, airtal e tramadol a noite que ajudaram a passar a noite. No dia seguinte acordei e tinha de ir fazer as análises. Consegui levantar-me bem, contudo, ao fim de algum tempo comecei a ficar com dores mesmo com o apoio das muletas. Liguei ao reumatologista que me disse para ir ter com ele ao hospital. Foi espetacular. Estava em serviço oficial numa unidade de saúde regional a qual não pertenço mas mesmo assim pediu que lá fosse, examinou-me e fez uma ecografia. Não tenho artrite na anca contudo a cartilagem do lado esquerdo parece ter algum problema. Mandou-me fazer um raio x a bacia para ver se consegue ver bem como as coisas estão. Recomendou que tomasse 2 comprimidos de lepicortionolo de manha, 2 zaldiar de manha, ao meio dia e a noite e um airtal de manha e a noite. Esta noite dormi com algumas dores e acordei novamente limitada. Contudo sinto-me melhor após a toma da medicação. Queria ir trabalhar amanhã mas tenho algum receio. Logo a minha chefe vai me ligar para ver como estou. De um momento para o outro a minha vida voltou a dar uma volta de 180º. Esta medicação não me vai fazer bem ao organismo por causa da fertilidade mas neste momento não posso fazer nada. As dores eram insuportáveis e já não tinha uma crise destas há um ano e tal. Acho que esta crise está a ser a mais forte e mais difícil de recuperar. Espero que ate ao fim de dia melhore substancialmente e possa ir trabalhar.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Desabafo

Acho que este semana vai ser a pior desde que me lembre este ano. Depois da consulta de segunda cheia de más notícias, da IIU que não podemos realizar porque o meu marido não conseguiu bilhete, restava a esperança de que a minha ovulação ocorresse apenas na sexta, sábado ou domingo quando ele cá estivesse. Andava a fazer testes de ovulação para controlar pois o folículo tinha na segunda 19mm. Sei que era uma esperança muito pequena, uma hipótese difícil mas pelo menos tentaríamos no meu período fértil. Até hoje tinha esperança, até às 13h, até receber uma chamada do meu marido a dizer que afinal não poderia vir este fim de semana a casa. Fiquei passada, estou passada, enervada e só me apetece chorar com os nervos. Sei que ele não tem culpa mas não consigo deixar de pensar que tudo está contra nós. Estou farta. Cansada. Este desgaste psicológico parece nunca mais acabar. Cada vez mais tenho a sensação que milagres não acontecem connosco. Não sei se vou aguentar muito mais tempo esta angústia. Não quero desistir nem vou desistir mas às vezes pergunto-me se não seria melhor desistir pois assim não estaríamos nesta incerteza e nesta luta sem saber o desfecho. Não quero passar 5/7/10 anos ou mais a lutar para ter um filho. Lidar com os negativos, com os desgostos, adormecer e acordar a pensar nisto. Enfim ver a vida a passar sem aproveitar os melhores momentos com o meu marido. Porquê a mim? Porquê a nós? São apenas duas das perguntas que todos os dias faço a  mim mesma. Ando bastante negativista mas acho que é o meu estado emocional a acusar o desgaste de todo um processo que já se torna longo mas que ainda poderá ser muito mais longo... Este blog está a ajudar-me a desabafar e a escrever aqui tudo o que sinto sem ter que ouvir juízos de valor e opiniões de quem me circunda. Sinto-me livre para dizer aquilo que sinto e aquilo que faço. Nenhuma pessoa conhecida está a par deste blog...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Consulta e doação de óvulos

Estive afastada alguns dias do blog e da internet de uma forma em geral. Não me tenho sentido muito bem psicológica e fisicamente. Desde que parei de tomar a medicação por causa do cancelamento que o meu corpo se ressentiu. Tenho andado sonolenta, mal disposta e com muita azia. Deve ter sido por causa dos corticoides. Na segunda feira fui a clínica de fertilidade fazer uma ecografia para ver como estava tudo após o cancelamento e ter consulta com o doutor para ver o que devíamos de fazer. O folículo que tinha no ovário de 31mm na ecografia pelos vistos eram um quisto e nesta eco tinha desaparecido. A médica disse que parecia estar em reabsorção. O endométrio estava com 8.1 e tinha um folículo de 19mm. Na consulta o professor referiu que isto não estava nada fácil e que o meu caso é bastante grave. Com a dose máxima que podia tomar os meus ovários responderam apenas com um folículo que se transformou num quisto. Estou a ovular todos os meses o que quer dizer que os meus ovários ainda têm resposta mas muito pequena. Pediu para fazer mais um estudo desta vez ao cariótipo para tentar perceber o porquê da falência ovárica prematura. Vou fazer somente eu pois ele diz que apesar do meu marido ter poucas formas normais o problema dele não se coloca neste momento. Ele referiu que estamos numa situação complicada e que devíamos pensar seriamente na questão da doação de óvulos.  Disse-lhe que não queria desistir dos meus óvulos assim, de um momento para o outro, até porque ainda não tinha conseguido fazer um tratamento até ao fim. Ele diz que me diria a mesma coisa mas que neste momento é responsabilidade dele alertar-me para esta possibilidade. Fui sozinha a consulta e estava calma e serena. Perguntei-lhe como eram as listas de espera pois sabia que era um procedimento que nem sempre é rápido. Ele referiu que não era muito tempo. Falou na possibilidade de tentarmos fazer uma IIU este mês com este folículo de 19mm. Teria que ser hoje, dia 04-06-2014. Contudo o meu marido não está cá. O médico diz que as probabilidades são poucas mas seria uma forma de aproveitar este folículo e as condições do útero neste momento apesar de sabermos que pode ser difícil. Como o meu marido tem poucos espermatozóides normais seria feita uma triagem em laboratório e veríamos o que dava. Fiquei com uma esperança pois seria uma tentativa que mesmo que não desse certo estávamos a dar tudo por tudo. Liguei com o meu marido que ficou muito aflito pois está a 6 horas de viagem de carro. Acabamos por desistir. De comboio seriam 10h, de avião os bilhetes eram caríssimos e o meu marido achou que estava tudo a ser em cima do joelho. Sabia e sei disso mas tinha e tenho a sensação de que era tudo por tudo. Desistimos da ideia. Chorei desde o aeroporto até casa, a noite toda e o dia de ontem todo. Apesar de hoje estar melhor fisicamente, estou desanimada e convencida de que ter um filho será uma tarefa muito difícil. Está a ser um desgaste físico e psicológico muito grande. Ver grávidas é uma tortura assim como ver os bebes na família a crescerem e as pessoas a falarem de segundas gravidezes. Não sei se vou conseguir aguentar muito tempo. Nunca desisti e não vou desistir só não sei se conseguirei viver em função disto. A fazer análises e estudos, a ver tratamentos a serem cancelados, a pensar se será possível, a fazer contas para a ovulação e menstruação... Não sei. Tinha decidido, desde o cancelamento, que não iria pensar nisto e não pensei. Mas desde segunda que não penso em mais nada. Tenho feito testes de ovulação para ver se ovulo e se calha na sexta (dia de chegada do meu marido) apesar das poucas possibilidades. Ou se este folículo se transforma em quisto como o outro. Desculpem o tamanho do post mas precisava de mandar tudo cá para fora.